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sexta-feira, 27 de março de 2015

Lucidez de Poeta... Ou Não!



E Que Toda Loucura Seja Entrelinha de Uma Canção


" Baby, Baby, Baby

Oh! Não Oh baby baby
Me esqueço de você
Oh! Não Oh baby baby
Me esqueço de você!
Nunca, jamais seria o que você me vê
E tudo mais que eu sempre poderia ser baby
Jamais iria ser

Querendo ficar louco
Quando estou perto de ti
Querendo ficar louco
Quando estou longe de ti
Nunca jamais seria o que você me vê
E quanto mais chego perto do sonho, baby
Mais penso em você..."

Baby, Baby, Baby
(Ubirajara Pires)

Numa lucidez embriagada... ouço Baby, Baby... "Nunca jamais seria o que você me vê"... Então a hora é agora... me veja... me enxerga... me grita... me veste de nu... veja você em mim... mas agora... não serei o seu olhar se o segundo passar... (mais um gole... poema interno numa canção quiça pequena... quiça enorme... ).

"E tudo mais que eu sempre poderia ser, Baby, jamais iria ser" jamais iria ser... com você, baby! Ou acorda e vê... seríamos uma ida numa volta? Jamais iria ser o mesmo... seria eu mutante de mim? Baby... eu poderia ser...com você ou sem você. Seria apenas tu, um adjetivo em minha alma? Mas não me convém o mais ou menos... sou completo... jamais iria ser apenas fragmento... mesmo assim completo-me também com você... louco e sábio ( !?)

"Querendo ficar louco
  Quando estou perto de ti" Louco... você me transporta num desses lugares que convém à sentimentos insanos... louco pra te ter longe e perto... caminhas todo dia por aqui? E louco longe de ti me traz a memória de uma saudade que não vivi... saudade louca como presença estando ausente... (Louca estou em perceber nas entrelinhas um mundo... entrelinhas sem pretensão de melodia... confusão... mais um gole, por favor!)

"Nunca jamais seria o que você me vê" Nem nua de alma... seria a mesma... olhe-me e perceba... o seu olhar em mim muda... e quando estou não permaneço... se permaneço não estou... mudo no seu olhar e você não encontra em mim, nesse segundo, o mesmo que fui... sendo! (Filosofia é o baralho! Surtei... vou tentar outra leitura... vou ouvir Vitrines - do Chico - vou ficar louca... longe ou perto... (Mais uma cachaça com pretensão de total embriaguez... Salva essa louca e pobre, Chico - o Buarque, " Quero inventar o meu próprio pecado,Quero morrer do meu próprio veneno, Quero perder de vez tua cabeça, Minha cabeça perder teu juízo,Quero cheirar fumaça de óleo diesel, Me embriagar até que alguém me esqueça")

"E quanto mais chego perto do sonho, baby
Mais penso em você..." (Aí, f... e agora, José? E agora, Drummond? Acabou a cachaça? Abra outra.. oi? Ah, sim... dose dupla... please, thank you!) Com você ou não, Baby... sigo! Estará no sonho... se assim se ausentar invento outro desejo... o sonho é efêmero, nós somos... a canção é eterna... estando ou não... eu avanço... invento e concluo o caminho... numa ida ou volta... te encontro ou não e enlouqueço outra vez.

... ... ...

Agora, totalmente embriagada de álcool e melodia, ensaio umas linhas solitárias dessa canção, cantarolo para o paciente garçom do boteco num estilo genérico de bossa:

Na loucura até nosso pecado é belo...
Com essa distância, com a letra e canção.
Num boteco, entre gole de álcool e poesia... traio meu amor com o que finjo desconhecer...
Numa letra... um autor sendo fantasma presente, sendo solidão e desafeto. .. um pior amigo...
Um bolero de Ravel... duas partes... num mesmo verso... uma ida numa volta...
Sendo intermédio respira estrelas... sendo amor vomita enredo...
Liberdade não tem asa... se faz livre num parágrafo. ..
Sendo livre, baby, toma forma corpo e cor...
Brindo, Baby, o amor, a poesia, a dor, a ausência e a estrada...
Brindo o efêmero...
Ai de mim, se não fossem as mágicas noites de boemia. ..

Assim... Baby, Baby, Baby... uma das mais belas canções que conheci...

Mais um gole...


Mônica Braga








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